Ginecomastia é uma condição benigna que se caracteriza pelo aumento da glândula mamária nos homens como resultado da deposição de gordura naquela região.
Quando o aumento da mama ocorre exclusivamente devido ao acúmulo de gordura sem o aumento da glândula, recebe o nome de lipomastia ou pseudoginecomastia.
Sua principal causa está relacionada a fatores fisiológicos. Nesse caso, dois quadros são característicos:
1. Ginecomastia puberal: Acomete cerca de 30% a 60% do público entre 13 e 16 anos. As modificações hormonais ocorridas neste período incentivam o crescimento da glândula mamária, resultando no aparecimento da ginecomastia. Durante a puberdade, quando ocorre aumento da produção de hormônios pelos testículos, inicialmente há um aumento precoce de estradiol que promove o seu aparecimento.
2. Ginecomastia do envelhecimento: Após os 65 anos pode ocorrer uma redução nos níveis sanguíneos de testosterona, o que favorece o seu aparecimento. A incidência após os 65 anos pode chegar a 40% da população desta idade.
No entanto, ela também pode ocorrer por outras causas:
Fatores fisiológicos: puberdade, envelhecimento.
Tumores endócrinos: Tumores testiculares, adrenocorticais, pituitários, secreção ectópica de hCG.
Disfunções endócrinas: Hipogonadismo, hipertireoidismo, obesidade.
Doenças não endócrinas: HIV, cirrose, insuficiência renal.
Medicamentos ou drogas: metildopa, captopril, cetoconazol, diazepam, finaserida, cimetidina, esteróides anabolizantes e drogas ilícitas como a maconha ou até mesmo heroína.
O crescimento das mamas pode se desenvolver através do acúmulo de gordura na região, ocorrência caracterizada como pseudoginecomastia (ou ginecomastia falsa). Se o aumento do volume da mama acontece devido ao crescimento da glândula mamária, chamamos então de ginecomastia verdadeira. Já quando estas duas características estão presentes, damos o nome de ginecomastia mista, sendo considerada a característica mais comum.
Este quadro propicia o aumento das glândulas mamárias nos homens, sendo fator assintomático na maioria dos casos, podendo ocorrer dores, alteração da sensibilidade ou edemas. A ginecomastia bilateral ocorre com mais frequência do que que a unilateral.
A ginecomastia por si não apresenta predisposição ao câncer mamário. Deve-se suspeitar nos casos com história familiar, acometimento unilateral e nódulo fora da região retroareolar. Ainda, indivíduos com síndrome de Klinefelter possuem 50 vezes mais risco de desenvolver câncer de mama do que a população geral.
Como é feito o diagnóstico da ginecomastia?
O diagnóstico é feito através de uma entrevista médica e exame físico. Na avaliação é importante tentar encontrar fatores causadores, como uso de medicamentos, doenças da tireóide, hipogonadismo e outras situações relacionadas ao aumento da glândula.
Exames complementares de imagem auxiliam no diagnóstico, como o ultrassom e a mamografia. Ainda, exames de sangue, podem contribuir para o diagnóstico, como: testosterona, testosterona livre, estradiol, hCG, prolactina, LH, FSH,T3, T4 e TSH.
Classificação
A classificação é feita baseada no volume mamário e no excesso de pele:
Grau I – Pequeno aumento da glândula, que não ultrapassa o diâmetro da aréola, com ligeira protusão da aréola, limitada a região areolar
Grau IIA – Moderado aumento da glândula, que ultrapassa o diâmetro da auréola, porém sem excesso de pele, ou seja, não há ptose mamária (queda da mama).
Grau IIB – Moderado aumento da glândula mamária com excesso de pele e presença de ptose mamária. A aréola encontra até 1 cm abaixo do sulco inframamário.
Grau III – Grande aumento da glândula mamária, com excesso de pele pronunciado, mama pendular.
Tratamento cirúrgico
A técnica cirúrgica para o tratamento da ginecomastia é baseada no grau de amento da mama.
A cirurgia pode ser realizada com anestesia geral, peridural ou local com sedação. Em geral, os pacientes permanecem internados por 24 horas.
No grau I, em que há apenas um pequeno aumento da glândula mamária, sem acúmulo gordura, a cirurgia consiste em apenas retirada do excesso de glândula, sem a necessidade de lipoaspiração do tórax para a remoção de gordura e sem a necessidade retirada de pele. A incisão realizada é periareolar.
Com relação ao grau IIA e IIB é indicado, no mesmo procedimento, realizar uma pequena lipoaspiração do tórax. Assim, o acúmulo de gordura é inicialmente removido, o que torna a retirada da glândula mais fácil.
Já em casos de maior aumento da glândula mamária, com queda da mama e flacidez de pele, é necessário a retirada de gordura, retirada do excesso de pele e ainda reposicionamento da aréola. Nesses casos a cicatriz resultante é maior, podendo ter configuração de “T” invertido ou em “L”.
Quais os riscos da cirurgia de ginecomastia?
A cirurgia de correção pode ter complicações como todo procedimento cirúrgico. Pode ocorrer: hematoma, seroma, assimetrias, irregularidades, necrose da aréola, infecção dentre outras.